A sobrevivência de muitas crianças devido aos avanços da medicina é um feito extraordinário que se repete cada vez com maior frequência. Uma das consequências, infelizmente, é o aumento do número de pessoas com doenças crónicas. Um estudo de 2007 referia que as crianças com doenças crónicas nos Estados Unidos quadruplicaram nas últimas quatro décadas.
Por isso, o repto que representa o elevado absentismo destas crianças e o seu impacto no rendimento escolar, tem que ser respondido com estratégias e recursos que minimizem os efeitos negativos dos internamentos, tratamentos e especificidades de cada doença. Uma investigação publicada no ano passado mostrava que as crianças com doenças crónicas – e particularmente os que tiveram cancro, diabetes ou epilepsia, com um elevado número de faltas, que repetiram um ano ou que tiveram depressão – têm níveis de escolaridade inferiores aos dos colegas sem doença crónica.
A resposta educativa nas escolas de hospital é fundamental mas é cheia de desafios, um dos quais é a diversidade de níveis de ensino, idades e necessidades das crianças e as constantes mudanças na população discente. No entanto, a partilha entre escolas de hospital, a utilização de videoconferência, as parcerias com instituições, museus e escolas, a ligação a grandes projectos e a criação constante de micro-projectos têm contribuído para ambientes de aprendizagem cheios de actividades, estimulantes e preparadores do regresso à escola de origem.
Dito isto, a existência de legislação e recursos específicos facilitariam certamente a resolução de alguns dos problemas que a doença ou o internamento inesperados colocam a todos os intervenientes no processo educativo. É o que pedimos para o sapatinho.
Escolas de hospital
Votos de um feliz ano de 2017!